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quarta-feira, 5 de maio de 2010

ACORDO ORTOGRÁFICO

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa deveria ter entrado em vigor dia 1° de janeiro de 1994. Mas isso não aconteceu por causa da burocracia, falta de interesse e resistências, sobretudo da parte de Portugal, onde a homologação final só ocorreu em maio de 2008. Com isso, a nova grafia entrou em vigor efetivamente a 1º de janeiro de 2009 no Brasil e em Portugal. Inicialmente, deve haver um período de adaptação ou aprendizagem das novas regras. Espera-se que o governo faça, em todos os níveis, através do Ministério da Educação e das Secretarias de Cultura, estaduais e municipais, a necessária e conveniente divulgação. Os livros, didáticos ou não, editados este anos já estão seguindo as novas normas e os dicionários do Aurélio Buarque de Holanda e da equipe do Antônio Houaïs, além do Vocbulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), editado pela Academia Brasileira de Letras, já estão seguindo as novas normas ortográficas celebradas pelo Acordo.


O texto do Acordo consta de Documento de 33 páginas, dividido em XXI Bases, que correspondem a vinte e um capítulos, alguns com várias subdivisões perfazendo um total de 100 regras. O texto é técnico e tem partes de difícil compreensão para o grande público. Algumas são muito simples:

Base I: Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados
Base II: Do h inicial e final
Base III: Da homofonia de certos grafemas consonânticos
Base IV: Das sequências consonânticas
Base V: Das vogais átonas
Base VI: Das vogais nasais
Base VII: Dos ditongos
Base VIII: Da acentuação gráfica das palavras oxítonas
Base IX: Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas
Base X: Da acentuação das vogais tônicas, i e u das palavras oxítonas e paroxítonas
Base XI: Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas
Base XII: Do emprego do acento grave – Regras para o uso da crase
Base XIII: Da supressão dos acentos em palavras derivadas
Base XIV: Do trema
Base XV: Do uso do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares - Palavras compostas sem forma de ligação - Compostos grafados aglutinadamente - Gentílicos com formação atípica - Espécies botânicas e animais, bem, mal, além, aquém, recém e sem - Não se usa mais o hífen...
Base XVI: O hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação -
Palavras compostas cujo segundo elemento começa por h - Palavras compostas cujo segundo elemento começa pela mesma vogal - Formação com circum- e pan-, segundo elemento iniciado por vogal m, n ou h - Formação com hiper-, inter- e super-, segundo elemento começa por r - Formação com ex-, sota-, soto-, vice- e vizo- - Formação com pós-, pré- e pró-, segundo elemento tem vida à parte - Palavras com prefixos ab- e ob- - Palavras que não utilizam o hífen
Base XVII: Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
Base XVIII: Do uso do apóstrofo
Base XIX: Das minúsculas e maiúsculas
Base XX: Da divisão silábica
Base XXI: Das assinaturas e firmas.

O livro Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de Frei Hermínio Bezerra de Oliveira, além de indicar a norma oficial assinada entre os países lusófonos, explica no essencial, de modo simples e exemplificado o máximo possível, todas as novas regras ortográficas. Está disponível, em Fortaleza, na Livraria Publyc, na Praça do Carmo, ou na Banca Shopping, Praça Portugal. Também pode ser pedido po reembolso pelo telefone (85) 32579583 ou pelo e-mail de contato deste blog.

O português é a sexta língua mais falada no mundo. Pela ordem: chinês (mandarim), inglês, espanhol, híndi (Índia), árabe, português, bengali, russo, japonês, alemão, francês. Com cerca de 220 milhões de falantes na América, na África, na Europa e na Oceania (Timor Leste), ela é a terceira língua mais falada no ocidente, após o inglês e o espanhol. E, das línguas neolatinas, só é superada pelo espanhol.

O Acordo, mais uma tentativa de unificação neste quase século de tentativas, traz vários benefícios: ela tornará a língua mais simples e com menos acentos; facilitará a aprendizagem, inclusive aos estrangeiros e por isso será mais utilizada também na internet, podendo vir a ser proposta como um dos idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas. As línguas oficiais da ONU são: inglês, chinês, espanhol, francês e russo. As duas últimas são menos faladas que o português.

Passaremos por alguns anos de confusão linguística, depois virá a estabilidade. Outra desvantagem da reforma é o surgimento de muitas palavras homófonas com a supressão de consoantes advindas da etimologia. Com certeza, as Academias de Letras deverão pronunciar-se sobre os casos omissos ou duvidosos.

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