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segunda-feira, 27 de junho de 2011

A sétima arte e a ecologia

A Internet é a fonte para todas as buscas e o Dr. Google, o mestre que responde a todas as perguntas. O meu filho e, imagino, todos os estudantes, do primário ao universitário, já não realizam mais tarefas escolares sem a utilização dessa preciosa ferramenta. O perigo é não citar a fonte. Vários alunos meus na Faculdade caíram nessa esparrela, ao copiarem a resenha de um filme direto do Google. Perderam o ponto e tiveram que ir para a prova final.

Eu também faço as minhas buscas, mas sempre tenho cuidado de citar a fonte do saber, pois ninguém apenas ensina ou aprende; a vida é uma troca de saberes, esteja você na bancada do professor, na carteira do aluno, na chefia de um trabalho ou sendo subordinado, todos temos algo a aprender e a ensinar. Descobri no Blog Listas de 10 e repasso a dica de 10 filmes sobre ecologia. Para quem gosta de cinema, vale a pena ir ao http://listasde10.blogspot.com/2009/12/10-filmes-sobre-ecologia.html e conferir outras listas de 10.

Além do Dersu Uzala, cuja dica está ao lado, o Blog fala sobre:

Uma Verdade Inconveniente (o ex-vice presidente dos EUA, Al Gore, apresenta dados chocantes do aquecimento global, mostrando verdades e mitos e apontando saídas para salvar o planeta, enquanto é tempo. Gore sempre foi ecologista militante e este filme, fora algumas generalizações exageradas, tem importância na conscientização da população. o ex-vice - e, melhor dizendo, o filme - ganhou o prêmio Nobel da Paz por seu trabalho).

No Mundo de 2020 - Soylent Green (apesar do título nacional, o filme se passa em 2022, ufa! teremos 2 anos a mais! Charlton Heston é policial e investiga a morte de um magnata, produtor dos tabletes soylent green, o único alimento consumido pela população oprimida. Comida de verdade, só para os ricos. É chocante descobrir do que são feitos os tabletes. Lançado em 1973, foi encarado como ficção científica, hoje não parece tão improvável).

Wall-E (mais uma lista para esta animação. No passado, a população teve que abandonar o planeta, poluído demais e inabitável, deixando para trás um robozinho compactador de lixo. Séculos depois, a possibilidade de vida ressurge e a população pode reconstruir o planeta. Denúncia que não deve ser coadjuvante na compreensão do filme).

Síndrome da China (durante a gravação de matéria numa usina nuclear, a repórter e seu cinegrafista - Jane Fonda e Michael Douglas - presenciam um incidente, que causa apreensão geral. Mas a usina pressiona a rede para não publicar nada. Com a ajuda de um engenheiro - Jack Lemmon - eles descobrem que foi um fato gravíssimo, uma fissão que poderia penetrar a terra e "chegar à China", por isso o título. Filme premonitório dos graves acidentes ocorridos na União Soviética anos depois e em Fukushima, Japão, este ano de 2011!).


Silkwood, Retrato de uma Coragem (história real de trabalhadora de usina nuclear - Meryl Streep - que denuncia o ambiente insalubre e a insegurança deste tipo de instalação e acaba morta em circunstâncias mal-explicadas).

Erin Brockovich, uma Mulher de Talento (Julia Roberts é uma mãe solteira, que perde uma ação e exige ser empregada no escritório de seu advogado. Arquivando casos, ela descobre que uma grande fábrica tem poluído sistematicamente as águas da pequena cidade onde está instalada e isso tem ocasionado diversos casos de câncer na população. Baseado em história real).

Gomorra (entre as histórias deste filme-denúncia da máfia napolitana, está o lucrativo esquema de vender terras para despejar dejetos tóxicos, que transformam a área rural da cidade num ambiente perigoso. O lixo tóxico é um dos grandes problemas a se resolver, vide o caso dos containeres devolvidos para a Inglaterra).

Waterworld, o Segredo das Águas (num futuro não tão distante, o derretimento das camadas polares deixou o planeta sem terras sólidas, com os sobreviventes vivendo em ilhas artificiais e barcos. Kevin Costner é um ser anfíbio em busca do único ponto de terra firme que sobrou. Filme de Kevin Reynolds).

Corrida Silenciosa (Bruce Dern é um botânico que completa 3 anos a bordo de um cargueiro espacial, cuidando dos últimos espécimes botânicos que restaram no planeta Terra sob enormes domos. Quando recebe ordens de destruir o projeto e voltar para casa, ele sequestra a nave, mata os colegas tripulantes e inicia uma fuga solitária).

Recomendaria, ainda, o documentário, A 11ª Hora, de Leonardo DiCaprio, que mostra vários especialistas, em tom pedagógico, explicando como será possível evitar o desastre, algumas horas antes de que aconteça o pior. Urge uma total mudança de paradigma e de se adotar um modelo distinto de produção e consumo. O Planeta, como de outras vezes, com certeza sobreviverá, mas algumas espécies, como já ocorreu com os dinossauros, poderão se extinguir. Dessa vez poderá ser a espécie humana. Como diz o colunista: "Quem sobreviver, verá!"

sábado, 25 de junho de 2011

Sem motivos para amar?

(Recebi de Jane)


Pablo Massolar

Existe amor que dure a vida toda, que a tudo perdoe e não se desanime? Existe amor que se renova todos os dias porque tudo sofre, tudo espera, tudo crê?
Minha ingênua e sincera fé diz que sim, mas muitas vezes [às vezes a maioria das vezes] o meu coração/razão/vontade não encontra tal amor... ou, se ele está lá... se cansa de tentar procurá-lo e fazer reviver um sentimento assim. Não por falta de forças ou de coragem, mas por falta de motivos.
Onde encontrar motivos para amar, então? É possível encontrá-los quando já não queremos ou temos medo de nos machucarmos de novo?
Talvez as perguntas estejam sendo feitas da maneira errada, mas não sem verdade existencial... Todo mundo procura por estes motivos de vez em quando... Eu gostaria que minha resposta fosse tão simples quanto procurar no “Google”, mas eu não tenho boas notícias sobre encontrar motivos para amar, geralmente nunca se acha um bom motivo para se fazer isto.. É mais fácil não ter motivo para amar. Recusar-se a amar e trancafiar-se solitariamente dentro de uma torre alta ou mosteiro celibatário talvez seja a solução menos dolorosa.

Não amar evitaria comprometer o amor e a vida de mais algum inocente, quando, por exemplo, duas pessoas se amam e se deixam ser amadas, mas logo no início de suas caminhadas descobrem que é perigoso demais abrir o coração não só ao amor, mas às frustrações e confrontos que a vida a dois sempre causa. Ou, quem sabe, depois de muitos anos de caminhada juntos, descobrem que o motivo para se amar acabou faz tempo ou nunca, de fato, existiu. Donzelas amáveis e príncipes heróis encantados, cavalos brancos e o salvamento da princesa da torre são divertidos e empolgantes nas primeiras vezes, mas se torna enfadonho ter que se trancar na torre de novo para se proteger de uma dor ou de escalá-la perigosamente a fim de encontrar aventuras e motivações para amar todos os dias.
Não amar certamente anularia as dores e desilusões destes momentos, mas não é a decisão mais completa a ser tomada. Particularmente não creio que exista gente que foi feita para não amar; e também não creio em amor que vai e vem, que sobe e desce. Acredito no amor que fica, mesmo amassado, ferido, sozinho e nos faz ter esperança de ver hoje, no nosso agora dolorido, um horizonte amanhã, doce e ensolarado, talvez distante, mas alcançável de dias melhores, mais fáceis para se amar. Dificilmente encontra-se um bom motivo para amar persistentemente, mas quem disse que o verdadeiro amor precisa de motivos para ser amor?
O que me faz amar com vontade de amar não é o motivo, mas a consciência da existência inequívoca deste amor que está aqui dentro sem saber como. Não sei explicar, muito provavelmente ninguém conseguirá explicar, porque o amor é assim, mais forte que a morte, dolorosamente persistente, irrevogavelmente amante, paciente e benigno mesmo sem motivos. Já tentei entendê-lo, mas eu sei que só posso senti-lo.
O bom e verdadeiro amor não precisa saber dos motivos, jamais os procura ou avalia se é possível ou não amar, só sabe que sente amor e pronto. Vai lá de peito e vida abertos. Ele lança fora todo o medo, ainda que se tenha de matar um leão por dia e a gente vá deitar cansado todas as noites.
O amor sobrevive mesmo é de mãos dadas com a fé e a esperança. O abraço dado, o beijo paciente, a presença carinhosa certamente são expressões do amor, são veículos para nos sinalizar que ele existe e nos dar novo ânimo, mas quando não os encontramos não significa que não podemos amar ou que nos faltam motivos. Dificilmente entenderemos ou reconheceremos o verdadeiro amor somente nos atos e gestos físicos. O amor manifesta-se em dom/dádiva, no que é dado sem buscar interesses próprios, nem mesmo os interesses de atender às nossas carências afetivas são válidos para buscar amar. O amor manifesta-se sem motivo aparente, até sem condições, vem como um rolo compressor ou uma simples brisa, mas vem.
É possível negligenciar o amor, fazer de conta que não existe ou abafá-lo. É possível ficar tão duro ao amor que, mesmo ele existindo, não se queira mais senti-lo. O medo da dor pode causar tudo isso, mas podemos escolher viver por medo e não deixar o amor em paz ou por fé e esperança e fazê-lo brilhar como um sol.
Amar é a capacidade de doar-se sem querer nada em troca, talvez por isso o Senhor tenha dito que, no final dos tempos, o amor se esfriaria de quase todos. Uma sociedade que luta por poder e prestígio, que compra todas as coisas, admiração e domínio, que concorre traiçoeiramente pelos melhores lugares e pisa em cima de qualquer ameaça não entende nem aceita dar sem querer qualquer coisa como pagamento. Pessoas que se amam, mas se interessam mais por disputar quem ama mais do que simplesmente amar, gente que não sabe amar só por amar corre o sério risco de ver esfriar a sensibilidade ao amor.
Logo, não existe pagamento para quem ama de verdade. E quem assim ama, não aceita tais trocas e barganhas. Continua dando, amando, crendo e alimentando a esperança não do fim, mas do recomeço pleno e movido pela alegria de simplesmente amar todos os dias, tudo sofrendo, tudo crendo e tudo esperando, até mesmo o ressurgir da sensibilidade de amar.
O Deus que assim ama te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2011

Nota importante: Jesus ensinou a dar de graça o que recebemos de graça. Se esta mensagem, de alguma forma, lhe fez bem, então provavelmente ela poderá fazer bem para outras pessoas que você conheça. Gostaria de sugerir, se não for constrangimento para você, que compartilhasse e encaminhasse este e-mail para o seu círculo de amigos e conhecidos. Fazendo isto você potencializa, em muito, o alcance da Palavra que já fez tanto bem aos nossos corações.

terça-feira, 21 de junho de 2011

A Miséria do Jornalismo



Como nunca antes na História deste País, toda vez que alguma coisa beneficia os mais pobres, é chamada de populismo. Existe populismo de direita, que agrada ao patronato e aos governantes? Sim, há. É o q faz o senhor Fábio Campos no O Povo de 9 de junho de 2011.
O amigo Fábio Campos diz que as "criancinhas" estão passando fome devido a greve dos professores. Populismo barato, senhor Campos. E quando não há greve, por que milhares de cearenses passam fome ou se alimentam mal?
Passam fome, Fábio Campos, porque o modelo econômico atual, o de Cid, que igual ao de Lúcio, que é igual ao de Ciro, que é igual ao de Tasso, é concentrador de renda, beneficia os mais ricos em detrimento dos pobres. Será que esse modelo é discutido pelos meios de comunicação com ênfase? Não, nao é. Não é bom irritar os donos do poder no Ceará.
Diz Fábio Campos que as crianças fora da escola geram problemas para as famílias. De forma emotiva, fala até de criancinhas remexendo lixo nas ruas. Quase fui às lágrimas nesse ponto. Poxa, Fábio Campos, você finalmente percebeu que há crianças nas ruas, comendo lixo, porque os professores estão em greve? Malditos sejam estes professores!
Percebe-se claramente que Fábio Campos desconhece por completo a realidade da escola pública. Fala do que não entende. Diz Fábio Campos que a maioria dos professores ganha o piso. Caro jornalista, procure se enteirar sobre a lei do Piso. A Lei do Piso não trata só de salário, não, meu caro- tem um bocado de coisa, que NENHUM governante do Ceará está cumprindo. Camarada Fábio, procure na internet a Lei do Piso. Há uma decisão do STF mandando cumpri-la. Cid e Luizianne não estão - ao contrário, enganam a opinião pública, pois estão alterando os Planos de Cargos e Carreira para burlar a referida Lei. Se há alguém cometendo ilegalidade aqui são os governantes, caro Fábio, não os professores.
O companheiro Fábio Campos diz ainda que os sindicatos não são legítimos, pois apenas alguns professores participam das assembleias e da greve em nome da categoria. Os professores, Fábio Campos, elegem os sindicalistas para representá-los. É a mesma coisa de um deputado ou um vereador. Na sua lógica, o Poder Legislativo seria ilegítimo também. Não é preciso, Fábio Campos, que toda a população esteja presente quando da votação de uma lei - os deputados não "representam o povo"? Um povo que cada vez mais se queda desamparado diante um Estado que não cumpre suas funções sociais e é usado para beneficiar grupelhos de empresários.

Atenciosamente
Airton de Farias
Professor e Historiador