Dentro de poucos dias a violência sem fim, que se alastra em Fortaleza e no Estado do Ceará, atingiu em cheio pessoas próximas e muito próximas a mim. Um parente foi brutalmente assassinado na frente de seu filho de seis anos de idade, durante um assalto, no Bairro Montese, não muito longe do Extra, quando retornava da padaria. Somente porque fez o gesto de colocar a mão no bolso para retirar a carteira para entregar...
Um amigo da família e colega de escola de minha filha desde os dois anos de idade até terminar o segundo grau, foi espancado de forma selvagem em um dos banheiros do Dragão do Mar, no Bairro Praia de Iracema, por cinco assaltantes, que agem por ali impunemente. Seu "pecado": ter apenas 20 reais para entregar. Saiu muito machucado, está sem poder falar e não sei quando irá recuperar-se do trauma...
Meu filho e minha mulher foram assaltados ontem à noite, por volta das 20 horas, quando saíam tranquilamente do curso de inglês, nas cercanias da Praça Argentina Castelo Branco, Bairro de Fátima, por dois indivíduos, que há muitos anos circulam pelo bairro fazendo assaltos em uma moto impunemente. Dessa vez, graças a Deus, os prejuízos foram só de ordem material. Felizmente, mas até quando?
Fora da família, mas não menos estarrecedores e lamentáveis outros crimes estão acontecendo na Capital, na Região Mtropolitana e no interior. Moradores de rua são assassinados a tiros todas as semanas. Semana passada, em menos de 72 horas três jovens foram assassinados em assaltos que ocorrem diuturnamente em transportes coletivos na cidade. A violência por aqui parece não ter fim, apesar das mudanças nos comandos das polícias, da criação do Ronda do Quarteirão, pouco vistos pela cidade. Mas o problema é de outra ordem e estrutura. É necessário haver uma radical mudança de paradigmas, desconcentração de renda e lucros exorbitantes de empresas e grupos financeiros. Maior investimento na educação, sem a qual, o quadro de violência que está aí só tende a agravar-se.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
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Recebi de meu querido amigo/irmão Carlos Eduardo Armando (Charlie) diretamente de Cartum, no Sudão (52 graus Celsius):
ResponderExcluirPOEMA DE MORTE
QUANDO OS OLHOS ME FOREM FECHADOS
NO ÚLTIMO DIA
ESTAREI PRONTO.
NÃO SEI 'ONDE VOU E NEM SEI COMO
TALVEZ NÃO VÁ A LUGAR ALGUM
APENAS FIQUE PERDIDO NO VÁCUO
ÍON SEM HUMANIDADE
QUANDO MEU CORPO ESFRIAR
DEPOIS DO ÚLTIMO MOMENTO
NÃO VOU MAIS SENTIR COISA ALGUMA
NEM O SOL, NEM O MAR, NEM O VENTO
E NÃO CHORAREI JAMAIS
HAVERÁ APENAS U’A MASSA INERTE
BREVE ESTARÁ CHEIA DE BICHOS
A COMÊ-LA TODA
LOGO SERÁ CINZA SOBRE OSSOS
NADA MAIS