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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

OS BURACOS ESTÃO MAIS EM CIMA...

Recebi por e-mail do Paulo Maciel e posto aqui. A mobilidade urbana em Fortaleza está um verdadeiro caos. O importante desse texto é que ele chama a atenção para o pedestre. Se de carro está complicado, tente andar a pé em uma cidade onde as calçadas são ocupadas por mesas de bares e restaurantes, carros, ambulantes, comércios, além de serem construídas sem qualquer código de posturas, ao bel prazer dos usuários ou proprietários dos imóveis e em níveis e desníveis de até 1 metro de uma para a outra.

Verdade!... Os buracos nas ruas são um incômodo. Entretanto, o que mais me incomoda é a percepção unilateral dos administradores de nossas cidades, belas ou não.

Onde está a unilateralidade?

Naquela mesma percepção de quem está na direção de um automóvel sem retrovisor, e com os vidros laterais tapados, sentiram o drama?

Poderia dizer também naquela visão de quem nunca anda a pé.

Para estes ou estas, sugiro que se aventurem a sair por uma calçada qualquer de sua cidade....

Desfrutem a percepção dos transeuntes...

Sintam-se como uma criança brincando de amarelinha pulando de buraco em buraco (nas calçadas em frente às suas casas)

Façam-se de atletas saltando obstáculos das calçadas em frente às lojas do centro cheias de interessantes obstáculos tais como: automóveis, bicicletas, orelhões, caixas, carrinhos de vendedores, mercadorias desde aquelas vendidas por camelôs até aquelas expostas por conceituadas lojas. Tem de tudo, de tabuleiros com pares de meias a guarda-roupas e geladeiras.

Imaginem-se homens e mulheres comuns, correndo atrapalhados zigue-zagueando nas calçadas que por lei são passeio público, entre entulhos, lixões, buracos, mercadorias, veículos estacionados, tudo obstruindo justamente a estreita faixa que resta a nós, reles cidadãos e cidadãs que pelejamos por andar a pé...

Obrigados a descerem muitas vezes para o asfalto... se sucumbirem atropelados a culpa é do pobre ou da pobre que não tem juízo por andar no meio da rua. Ah, mas também há outro culpado: o buraco no meio da rua!....

Se conseguirem, imaginem-se como alguém da terceira idade... tentando se deslocar de sua residência até a padaria da esquina ou à farmácia mais próxima pelas vias "públicas" que lhes são disponibilizadas...

Bem, espero que esta reflexão sirva de alguma forma para que os administradores municipais repensem suas responsabilidades para com a cidadania. Revejam conceitos e percepções.

Após isso, posicionem-se de maneira diferente. Não sejam envolvidos pela visão da sociedade do automóvel onde apenas os buracos no asfalto são vistos. Uma sociedade onde um artefato de ferro, plástico e vidro vale mais que a vida em carne e osso não pode ser sustentável e muito menos exibir qualquer beleza...

Desculpem o romantismo....

Paulo Maciel

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