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sábado, 24 de abril de 2010

OS NÍVEIS DE LINGUAGEM

Podemos considerar a língua como sendo um dos códigos de que se serve o homem para elaborar mensagens e para se comunicar. Mas há outras formas de comunicação entre um emissor e um receptor.

Há duas modalidades de língua: a língua culta ou padrão, que deve, por exemplo, ser utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas), cuja função é a de serem aliados da escola na divulgação da norma culta da língua e a língua funcional, coloquial ou popular, utilizada no nosso cotidiano.

A norma culta é normalmente ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. A linguagem popular é mais espontânea e até admite certos desvios da linguagem padrão, admitindo-se, inclusive, a utilização de gíria. É necessário que se conheça as duas modalidades e que se compreenda o momento em que se pode utilizar uma e outra.

Não vamos tratar aqui de erro, mas de desvios ou transgressões da norma culta da língua. Estes pequenos deslizes podem ser admitidos no nosso dia a dia entre amigos e familiares, mas jamais em ocasiões formais e muito menos por repórteres ou articulistas que se utilizam dos meios de comunicação para divulgar suas ideias. Os jornalistas são lidos escutados por estudantes em processo de formação, por isso não se admite que cometam deslizes ou transgressões da norma culta da língua.

Obviamente que a língua é viva e dinâmica. Está constantemente em evolução e em processo de criação, segundo o uso que dela se faz. Os gramáticos e dicionaristas acabam adotando como padrão o que vai sendo consagrado pelo uso. Portanto não cabe aqui tratar de “erros” ou de fazer “correções”, mas apenas registrar o que está sendo usado e como está sendo usado pelos meios de comunicação para estimular o processo de aprendizado e de discernimento do que é normal, culto ou padrão, segundo a gramática vigente.

Enquanto professor cabe a cada um ensinar as duas modalidades, mostrando as características de cada uma. O mais importante é que se aprenda como e quando utilizá-las. Nem tudo deve ser admitido, claro, e, no que diz respeito à ortografia, a correção é fundamental.

A língua escrita deverá sempre ser mais elaborada que a língua falada, porque é isso que vai manter a unidade linguística de um povo. Por isso é muito importante saber o que determina a gramática para poder escrever bem um texto. Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma lingüística, deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

É o ambiente sociocultural que determina o nível de linguagem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. Deve-se ter muito cuidado com a linguagem técnica ou específica de cada profissão. Ao falar de economia, o jornalista deve ter cuidado para não se esmerar demais no “economês”. O padre ou o pastor deve usar uma linguagem distinta daquela que utiliza na missa ou no culto religioso. O engenheiro não pode empregar termos técnicos demais ao falar para pedreiros. Nenhum de nós será pedante o suficiente para utilizar no cotidiano apenas a norma culta da língua, mas devemos conhecê-la para utilizá-la na escrita.

Um comentário:

  1. É muito importante a iniciativa de seu Blog sobre os diversos tipos de linguagem, pois com a facilidade de se enviar mensagens por tantos meios modernos, há um descuido e um quase descaso pela perfeição de nossa língua que é a 6ª mais flada nomundo e a 3ª no ocidente, após o inglês e o espanhol.
    Herminio.

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