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sexta-feira, 18 de junho de 2010

SARAMAGO

A vida é apenas uma passagem e nesse aspecto somos todos passageiros, inclusive o cobrador e o motorista. A falta que fazemos é temporal, mas a vida que vivemos é atemporal, se é que me entendem. Saramago acaba de fazer a sua passagem e deixou aqui na Terra um grande legado, que o leva, como a tantos outros à imortalidade.

No seu mais recente livro, cujo título é “Caim”, ele tem Caim, personagem bíblico que matou seu irmão Abel, como um dos protagonistas principais. Outro personagem é o próprio Deus e outro, ainda, somos nós, a própria humanidade nas suas diferentes expressões.

"Tanto neste livro, como nos anteriores, “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, por exemplo, o autor não recua diante de nada nem procura subterfúgios no momento de abordar o que, durante milênios, em todas as culturas e civilizações foi considerado intocável e não nomeável: a divindade e o conjunto de normas e preceitos que os homens estabelecem em torno a essa figura para exigir a si mesmos - ou talvez fosse melhor dizer para exigir a outros - uma fé inquebrantável e absoluta, em que tudo se justifica, desde negar-se a si mesmo até à extenuação, ou morrer oferecido em sacrifício, ou matar em nome de Deus".

Morreu Saramago. Viva Saramago.

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