Translate

domingo, 24 de abril de 2011

A VIA SACRA I

Qual é a relação dos passos seguidos por Jesus Cristo em seus últimos momentos de sua passagem pela sua vida no Planeta Terra? A Campanha da Fraternidade de 2011 faz uma comparação entre as dores sofridas por Jesus no Calvário com as dores da Natureza, que, de certa forma, segundo ela, geme em dor profunda, ferida pelas atitudes nossas contribuindo como o nosso consumismo com a poluição e degradação.

A Paróquia de Fátima, na 13 de Maio, em Fortaleza, Ceará, realizou na manhã da sexta-feira da Paixão, uma interessante via sacra, na qual chamou a nossa atenção para os cuidados que devemos ter conosco e com o meio ambiente, do qual também fazemos parte todos nós. Durante o trajeto, encenado, estação por estação, alguns voluntários foram recolhendo o lixo espalhado pelo caminho ao redor da praça em frente à Igreja.

Na primeira estação há um paralelo entre a condenação de Jesus à morte e a mesma sentença a que estão submetidas as espécies animais e botânicas em extinção, pela ganância e a sede de poder e de ter da raça humana. "As florestas estão ameaçadas e com elas muitas espécies e muitas formas de vida", diz um trecho.

Comparado ao peso da cruz carregada por Jesus, no trajeto para o Calvário, o Planeta vê ferida a obra da criação. "A temperatura aumenta, a poluição cresce, o clima não tem estabilidade e se multiplicam as enchentes, as secas, as tempestades, as ameaças de desertificação, o degelo e o consequente aumento do nível das águas nos oceanos", reza a segunda estação.

A queda de jesus pelo caminho, sob o peso da cruz, equivale ao momento em que percebemos que o meio ambiente está por terra, devido ao enfraquecimento causado pelas feridas causadas pelo atual sistema de produção e de consumo, que exaure as reservas naturais do Planeta. Somente as "atitudes solidárias de quem valoriza a obra da criação e está disposto a abrir mão do consumismo, poderá evitar o desperdício e proporcionar o desenvolvimento sustentável", está descrito na terceira estação.

Que mãe não sofre ao ver o flagelo de seu filho ou de sua filha? Maria percebeu com grande dor e resignação toda a intensidade desse sofrimento. Assim é o "sofrimento da mãe natureza ao ver as suas criaturas (todas, humanas ou não), frutos do poder criador de Deus, sendo feridas da morte, sem ter para quem apelar", é o pedido desta quarta estação para que as autoridades adotem políticas públicas preventivas e de superação de situações que colocam a natureza em risco.

A quinta estação faz um chamamento para a participação solidária de todos para minizar os efeitos nocivos da nossa passagem pelo Planeta Terra. "Todos precisamos nos sentir corresponsáveis. Devemos começar na nossa própria casa, vivendo com simplicidade, revendo bens e recursos, tendo por base as necessidades reais, apoiando especialmente os mais fracos e empobrecidos".

Tal qual Verônica enxugou o rosto de Jesus, também nós devemos "saber ajudar e cuidar da terra desfigurada pela poluição, pelas queimadas, pelo lixo espalhado por toda a parte, pela ganância e ambição que envenena as águas, resseca e desertifica o planeta, impõe grande sofgrimento aos mais pobres."

A partir dessa estação fui atrás de um saco de 50 litros e enchi-o de lixo espalhado pela praça até chegar ao final da via sacra. É triste constatar quão pequeno é o respeito ao meio ambiente e a nós mesmos.

(Baseado no livro da Campanha da Fraternidade 2011 - Regional NE1 CNBB-CE).

Um comentário: